quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Ryan Murphy, criador de Glee, revelou como seria o final da série


O criador de Glee, Ryan Murphy, revelou como seria fim da história antes da morte do ator Cory Monteith, que interpretava o personagem Finn, na série. A revista americana “Entertainment Weekly” teve acesso ao texto escrito por Ryan para a cerimônia do memorial do ator. No texto, Ryan Murphy revela como seria o final de Glee.

“No final da 6 ª temporada, Rachel ia ter se tornado uma grande estrela da Broadway com o papel que ela sempre sonhou em conquistar. Finn ia ter se tornado um professor, feliz por estar em Ohio, em paz com a sua escolha e finalmente se sentindo realizado. As últimas linhas da série eram pra ser: Rachel volta para Ohio e anda até a sala do coral. Finn iria perguntar o que ela estava fazendo ali e ela responderia que estava em casa. Um fade out aconteceria e era isso. Fim.”

Vale lembrar que esse momento já foi visto pelos fãs da série. No episódio em homenagem ao ator, Rachel (Lea Michele) diz para o Mr. Shue que essa serie a forma que imaginava os dois.

Veja todo o depoimento de Ryan Murphy:

“Para mim, Cory era ao mesmo tempo o início e o fim de Glee… Literalmente.

A primeira cena do piloto foi de Finn e Mr. Schue. Nenhum de nós sabia realmente o que estávamos fazendo. Glee era um musical, musicais nunca tinham dado certo na televisão, e fomos descobrir isso à medida em que avançávamos. No final da sua primeira tomada, Cory podia ver que eu, seu diretor, estava um pouco inseguro. Ele veio até mim com um grande sorriso e disse: “Isso vai ser divertido. ” Ele estava muito certo e muito errado.

O final de Glee é algo que eu nunca compartilhei com ninguém, mas eu sempre soube como seria. Eu sempre ‘me apeguei’ a essa ideia como uma fonte de conforto, uma estrela guia. No final da 6 ª temporada, Rachel ia ter se tornado uma grande estrela da Broadway com o papel que ela sempre sonhou em conquistar. Finn ia ter se tornado um professor, feliz por estar em Ohio, em paz com a sua escolha e finalmente se sentindo realizado. As últimas linhas da série eram pra ser: Rachel volta para Ohio e anda até a sala do coral. Finn iria perguntar o que ela estava fazendo ali e ela responderia que estava em casa. Um fade out aconteceria e era isso. Fim.

Esse fim, e esse começo, mostra profundamente meus sentimentos em relação à Cory. Apesar de seus problemas, ele sempre demonstrou ser “pé no chão” – confiável, doce, alguém com quem você se sente confortável. Ele era grande e é por isso que durante o piloto seu apelido virou Frankenteen, um apelido que, para sua infelicidade, pegou. Mas ele também foi a maior surpresa para mim, pessoalmente, e conquistou meu respeito de várias maneiras. Quando começamos, ele nunca tinha dançado. Ele nunca tinha cantado. E no entanto, a partir de sua fita de audição, onde tentou bater em uma Tupperware, ele se tornou um cantor. Um grande homem. E ele se tornou um dançarino. Ele doou todo o seu coração, e é isso que Cory foi para mim, todo o coração. Tristemente, o seu corpo, através de seu vício terrível, ganhou a batalha contra todo aquele coração enorme.

Em Glee, Cory foi o quarterback. Ele era um líder natural e sempre teve um abraço de boas-vindas. Quando os novos membros do elenco se juntaram ao show, Cory foi o primeiro a recebê-los e mostrar-lhes como se fazia.

Desde o início, Cory e eu tivemos uma relação de pai e filho, que na época, eu tenho que admitir, eu não queria. Eu não sabia como fazer isso. Mas Cory – que veio de um lar não tão doce lar, que era um garoto perdido – precisava de uma figura masculina que lhe demonstrasse liderança, sentido e apoio. Analisando, sei que Cory foi uma espécie de treinamento para eu poder me tornar o pai que eu sou hoje com meu próprio filho.

Uma das coisas mais difíceis sobre a morte de uma pessoa jovem é a perda de potencial. Do que poderia ser. Cory tinha um monte de sonhos não realizados. Ansiava por mais material adulto, para provar a si mesmo como ator. E ele queria dirigir. Ele queria ficar melhor, ele queria evoluir. E assim, ele foi congelado em um momento. Para as gerações de crianças, futuros jovens que irão assistir a Finn Hudson, ele sempre será o quarterback – uma pessoa que defende a equipe fraca, luta contra os valentões, ama pelas razões certas. Cory vai continuar a mudar a vida para melhor. É raro o dom de tocar a vida de uma pessoa, o de tocar milhões, é muito mais.”

Ryan Murphy é criador das série Glee, American Horror Story e The New Normal.

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